Um dos elementos que serve de base para o pensamento da obra de Tunga é a imagem do círculo – uma forma geométrica, que remete à ideia de movimento contínuo, e que alude a metáforas de desenvolvimento, como o ciclo da vida. Toro é um espaço topológico resultante de dois círculos: o de fora e o de dentro, englobando o espaço entre eles e o vazio interno. O interesse do artista no toro se dá pela incompletude da forma, a descontinuidade do espaço. Em Toro Condensed (1983), o círculo ganha complexidade, a área de sua forma é mais densa e recuada.
No Toro Expanded (2012), três toros, feitos em ferro forjado, são organizados de forma concêntrica e com uma espessura fina, o que evidencia não só sua presença física, mas os espaços concentrados entre um e outro. Essas obras dialogam com o pensamento da própria galeria, que espacialmente também se organiza em camadas circulares, e em seu centro, encontra-se Ão (1981), que se baseia nos princípios do toro.