Linda do Rosário (2004) traz em sua superfície a referência de azulejos comuns, com quadrados de cerâmica branca, recorrentes em ambientes relacionados com assepsia, como banheiros e cozinhas. Vísceras, também pintadas, saem do que seria o interior dessa parede arruinada – uma característica da série Charques, produzida desde os anos 2000.
Nestas esculturas, a arquitetura se associa ao corpo, e a matéria de construção se torna carne. A artista toma como ponto de partida o desabamento do Hotel Linda do Rosário, no centro do Rio de Janeiro, em 2002, e o mistério romântico idealizado sobre dois hóspedes, um possível casal de amantes, que mesmo avisados do eminente colapso do edifício teriam escolhido permanecer no quarto.