Inside Out, Upside Down
1998
Redes de nylon, corda sisal, mala de couro, resina, capa de chuva, chapéu de feltro, moldes do corpo humano em látex e chapéu de palha
Os objetos que compõem esse trabalho são resultado da performance ocorrida na inauguração da Galeria Psicoativa Tunga, em 2012. As sete redes de nylon à primeira vista lembram armadilhas, elas mantêm suspensas malas de couro antigas, capas de chuva e chapéus de feltro. Distribuídas por uma escadaria lateral da galeria, essas sete redes suspensas conectam outras duas peças que compõem a obra.
A primeira, também presa ao teto, é um enorme chapéu de feltro e um conjunto de moldes de ossos e membros humanos. A estranheza causada por essa peça, seja pela escala ou situação irreais, são reforçadas no processo de instauração que aconteceu neste espaço. Sete jovens se posicionam embaixo do chapéu e, em sequência, desarmam a rede para caminhar pelo espaço, entre os visitantes. Quando estes indivíduos deixam cair as maletas que estavam segurando, o conteúdo delas é revelado: partes do corpo humano e ossos, reproduzidas em resina.
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A segunda peça, exposta na outra extremidade da escadaria, é um chapéu de palha de grandes proporções posicionado no chão, e sobre sua aba estão outros sete chapéus, esses em tamanho convencional, com crânios humanos feitos em resina dentro deles.
Em sua produção, Tunga recorre com frequência a uma dimensão onírica a partir da ampliação da escala de objetos cotidianos e convencionais. O procedimento provoca incômodo, tanto pela impossibilidade do uso desses chapéus da maneira como estamos acostumados, quanto pela ação ritualística e as reproduções de restos humanos presentes na obra. Durante o ato performático realizado na inauguração da galeria, sete mulheres, todas vestidas de branco, carregam coletivamente o grande chapéu sobre suas cabeças. Este “ser” estranho, de quatorze pernas e nenhum rosto, passeia pela galeria, em meio aos visitantes.