Desvio para o vermelho (1967-1984) apresenta duas datas na legenda: o ano em que o projeto foi concebido (1967) e o ano de sua primeira montagem, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1984, e, no Inhotim, ganha exibição permanente desde 2006. O título da obra de Cildo Meireles faz referência ao fenômeno Físico “desvio para o vermelho”, um caso particular do Efeito Doppler que indica a cor vermelha como frequência de ondas de luz percebida pelo observador quando os corpos celestes se afastam.
Dividido em três ambientes articulados, o primeiro deles (Impregnação) reúne uma exaustiva coleção de móveis, objetos e obras de arte em tons de vermelho, organizados em uma sala. A saturação monocromática do primeiro ambiente contrasta com a penumbra do segundo (Entorno), onde observamos uma pequena garrafa caída no chão, cujo líquido vermelho derramado produz uma grande mancha no espaço. Este caminho do líquido nos conduz a uma sala totalmente escura (Desvio), onde somos guiados pelo som de água corrente. A escuridão é quebrada apenas por uma pia deslocada, por onde sai uma água vermelha que cria a sonoridade do ambiente.