Cosmococa/CC2 Onobject
1973
4 projetores, slides, espuma revestida com tecido, bolas, cubos, cones, cilindros de espuma revestidos com tecido, trilha sonora (Yoko Ono, som de telefone), equipamento de áudio.
No início dos anos 1970, Hélio Oiticica trabalhou com o cineasta Neville D’Almeida na criação de uma série de cinco instalações pioneiras (Quasi-Cinemas), conhecidas como BLOCO-EXPERIÊNCIAS inCOSMOCOCAS –- Programa in Progress. O nome ”Cosmococa”, inventado por Neville, é derivado da palavra “cocaína” – psicoativo que altera o estado da mente, usado aqui como maquiagem sobre as capas de livros, discos e revistas, chamadas de “mancoquilagens”.
O termo é uma junção do nome Manco Cápac (fundador do Império Inca, cultura que fazia uso da folha de coca, e que hoje é a base da produção de cocaína) – com a palavra maquilagem. Essas obras constituem ambientes plurissensoriais onde o espectador é convidado a participar.
O título Onobject une uma referência à artista Yoko Ono e a palavra object (objeto, em inglês). O chão é revestido por uma espuma de colchão espessa que desestabiliza o corpo do visitante, induzindo o público ao movimento. O espaço é ocupado por formas geométricas nas cores azul, vermelha e amarelo, feitas também em espuma, que podem ser usadas pelo público de maneira livre .
Entre as imagens projetadas estão as capas “mancoquiladas” dos livros Grapefruit: a book of instructions and drawings (1964), de Yoko Ono;, What is a Thing (1962), do filósofo Martin Heidegger; e Your Children (1973), de Charles Manson – líder da seita que aterrorizou os EUA em 1969. A trilha é composta por sons de telefone e músicas retiradas do álbum Fly (1971), de Yoko Ono. Esse espaço é propício para a fruição e o relaxamento, como um convite a se entregar à experiência: pular, dançar, se divertir.